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Bolsonaro e aliados são indiciados em três investigações simultâneas pela Polícia Federal

  • Foto do escritor: Lyslano M Maqrues
    Lyslano M Maqrues
  • 22 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Ex-presidente, Mauro Cid e Marcelo Câmara enfrentam acusações em casos sobre golpe de Estado, fraude vacinal e joias sauditas. Entenda o contexto e as implicações.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, na terça-feira (19), após prestar depoimento.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, na terça-feira (19), após prestar depoimento. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro e dois de seus ex-assessores, Mauro Cid e Marcelo Costa Câmara, em três investigações distintas: tentativa de golpe de Estado em 2022, fraude no cartão de vacinação e o caso das joias sauditas.

Além disso, o major reformado do Exército Ailton Gonçalves Barros foi incluído nas investigações de falsificação vacinal e tentativa de ruptura democrática, reforçando a complexidade das acusações.


1. Golpe de Estado em 2022

A mais recente conclusão da PF aponta que Bolsonaro e outras 36 pessoas participaram de um esquema para abolir violentamente o Estado Democrático de Direito após sua derrota eleitoral.

Segundo o relatório, o grupo atuou de forma organizada, dividindo-se em seis núcleos para realizar um ataque à democracia, com crimes como:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • Organização criminosa;

  • Golpe de Estado.

A investigação, iniciada em 2022, foi concluída poucos dias após a prisão de quatro militares e um policial federal envolvidos em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.


2. Fraude nos cartões de vacina

O inquérito relacionado à falsificação de registros vacinais foi concluído em março de 2024, envolvendo 17 indiciados, incluindo Bolsonaro e seus assessores.

As investigações revelaram que o grupo inseriu informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para forjar a vacinação de Bolsonaro, seus familiares e aliados, buscando escapar de restrições sanitárias.

A operação ganhou destaque em maio de 2023, quando a PF realizou:

  • 16 mandados de busca e apreensão;

  • 6 prisões.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou novas diligências para complementar o inquérito, com aval do ministro Alexandre de Moraes.


3. O caso das joias sauditas

Em julho, a PF indiciou Bolsonaro e mais 11 pessoas por apropriação indevida de bens públicos ao não declarar joias milionárias recebidas do governo da Arábia Saudita durante seu mandato.

As investigações apontam que parte dos itens, como relógios Rolex, anéis e rosários islâmicos, foi vendida nos Estados Unidos, enquanto aliados do ex-presidente tentaram recomprar e devolver os objetos ao governo brasileiro.

A PGR requisitou novos laudos técnicos para embasar a conclusão do caso, mostrando que o escândalo ainda deve render desdobramentos judiciais.


O que significa ser indiciado?

O indiciamento é um procedimento usado pela polícia ao concluir que há indícios suficientes de crime cometidos por uma pessoa. Nesta etapa, ainda não existe ação penal aberta nem julgamento, mas o relatório da polícia detalha como cada envolvido teria participado das condutas ilícitas.

Os próximos passos incluem a análise das provas pelo Ministério Público, que pode oferecer denúncia à Justiça, iniciando a fase processual.


Impactos e implicações políticas

Os desdobramentos das três investigações complicam ainda mais o cenário jurídico e político de Jair Bolsonaro, que enfrenta crescente isolamento e queda de apoio em meio às acusações.

O indiciamento conjunto de seus principais aliados reforça o entendimento de que os casos têm conexão direta com o núcleo central do governo anterior, indicando práticas recorrentes de gestão paralela e ilegalidade.

Com o andamento das ações, Bolsonaro pode enfrentar não apenas restrições políticas, como a perda de direitos, mas também condenações que podem gerar penas de prisão, consolidando uma das maiores crises envolvendo um ex-presidente na história recente do Brasil.

 
 
 

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