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Omissões no depoimento podem levar Mauro Cid de volta à prisão

  • Foto do escritor: Lyslano M Maqrues
    Lyslano M Maqrues
  • 21 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro será interrogado por Alexandre de Moraes após contradições em delação premiada, correndo risco de perder benefícios.


O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, na terça-feira (19), após prestar depoimento.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, na terça-feira (19), após prestar depoimento. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

As omissões e contradições nos depoimentos de Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), podem comprometer seu acordo de delação premiada e levá-lo novamente à prisão. O tenente-coronel será interrogado pessoalmente nesta quinta-feira (21) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a Polícia Federal (PF) apontar inconsistências em seu último depoimento.

Na última terça-feira (19), Cid negou à PF ter conhecimento de um plano golpista em dezembro de 2022, que envolvia a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes. No entanto, dados recuperados de seus dispositivos eletrônicos indicam mensagens trocadas entre Cid e o general da reserva Mario Fernandes sobre uma estratégia batizada de “Punhal Verde e Amarelo”, supostamente planejada no final de 2022.

O plano teria sido elaborado às vésperas da posse de Lula e Alckmin e contava com o apoio de outros três militares do Exército e um agente da PF, todos já presos. Entre as mensagens, Fernandes relatou a Cid uma conversa com Bolsonaro, onde o ex-presidente teria dito que “qualquer ação” seria possível até o último dia de seu mandato.


Acordo de delação sob risco


Após ser preso em maio de 2023 por envolvimento na falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro e sua família, Mauro Cid firmou um acordo de delação premiada, homologado pelo STF, que lhe garantiu benefícios legais. No entanto, como delator, ele tem a obrigação de colaborar de forma integral e verdadeira com as investigações.

A PF, em relatório enviado a Moraes, questionou a confiabilidade de sua colaboração, apontando lacunas e contradições. Caso a delação seja invalidada, Cid pode perder todos os benefícios, inclusive sua liberdade.


Medidas restritivas impostas a Mauro Cid


Desde sua última soltura, em maio de 2023, Mauro Cid cumpre uma série de restrições rigorosas determinadas pelo STF, incluindo:

  • Proibição de deixar Brasília e o país, com a obrigatoriedade de entrega de seus passaportes;

  • Recolhimento domiciliar durante o período noturno e nos finais de semana, monitorado por tornozeleira eletrônica;

  • Suspensão imediata de documentos de porte de arma de fogo;

  • Proibição do uso de redes sociais;

  • Proibição de contato com os demais investigados, com exceção de sua esposa e seu pai.


Histórico de prisões e contexto


Cid foi preso novamente em março deste ano, após o vazamento de áudios onde criticava a PF e o STF, violando os termos de seu acordo. Liberado em maio, passou a cumprir essas medidas restritivas, que agora estão em risco devido às contradições em seus depoimentos.


Próximos passos


O interrogatório desta quinta-feira será decisivo para determinar se Mauro Cid mantém ou perde o benefício de sua delação premiada. A investigação busca esclarecer seu papel no suposto plano golpista, que, caso comprovado, poderá intensificar as implicações judiciais contra ele e outros envolvidos.

 
 
 

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